PAGAR MICO
Ela vem do baralho infantil Jogo do Mico, fabricado no Brasil desde a década de 1950. No jogo, as cartas têm figuras de animais e o jogador tem que formar pares com o macho e a fêmea de cada espécie. Mas, no baralho, o mico não tem par. Quem termina com a carta na mão perde - ou seja, paga o mico. Mas cuidado para não levar gato por lebre e confundir mico com pato. O "pagar o pato" vem da obra Facetiae, do italiano Giovanni Bracciolini, de 1450. O texto fala de um camponês que vendia patos. Uma mulher queria negociar o preço da ave com encontros entre ela e o vendedor. Mas eles foram surpreendidos pelo marido, que, sem saber dos acordos, pagou - literalmente - o pato.
OLHA O PASSARINHO
Na hora de tirar uma fotografia, as pessoas se posicionam, ensaiam um sorriso e lá vem a frase: olha o passarinho! Nenhuma ave na redondeza, mas, de tão acostumados a ouvi-la, ninguém estranha a exclamação. De onde será que vem essa expressão?
Segundo nos explica o professor Ari Riboldi, no seu livro O Bode Expiatório, quando foi inventada a máquina fotográfica, no fim do século XIX, o espaço de tempo para fixar a imagem era mais demorado do que hoje. Na época, as pessoas tinham que ficar minutos olhando fixamente, sem se mexer, para a lente do retratista - como era chamado o fotógrafo.
Para reter por mais tempo a atenção das pessoas, especialmente das crianças, os fotógrafos costumavam colocar uma gaiola com um passarinho em local acima da máquina e dizer a famosa frase.
Dessa época para as fotos de hoje, nas quais a imagem é capturada em milésimos de segundo, restou apenas a frase: olha o passarinho!
COR DE BURRO QUANDO FOGE
Por acaso o burro muda de cor quando foge? Na verdade, a tradição oral foi modificando a frase, que inicialmente era “corra do burro quando ele foge”. O burro enraivecido é mesmo perigoso!
GATO PINGADO
Quem já não ouviu a frase "Tinha meia dúzia de gatos pingados"? A expressão geralmente é usada para designar pequena quantidade de pessoas.
Segundo nos informa o professor Ari Riboldi no seu livro O Bode Expiatório, a expressão estaria vinculada a uma pratica de tortura, no Japão, em que se derramava óleo fervente em criminosos ou animais, sendo os gatos as maiores vítimas. Poucas pessoas ficavam assistindo a essa macabra tortura, restando apenas os gatos pingados com óleo no local.
LÁGRIMAS DE CROCODILO
A expressão popular derramar lágrimas de crocodilo, usada para dizer que alguém chora sem razão ou por fingimento, surgiu de um fato que acontece com os crocodilos. Quando o animal come uma presa, ele a engole sem mastigar. Para isso, abre a mandíbula de tal forma que ela comprime a glândula lacrimal, localizada na base da órbita, o que faz com que os répteis lacrimejem.
NEM QUE A VACA TUSSA
De origem desconhecida, a expressão popular “Nem que a vaca tussa” é geralmente usada por quem deseja deixar bem claro que algo não será feito por ele, mesmo que alguma coisa extraordinária aconteça. Seu significado, portanto, é o de “não, nunca, jamais, de jeito nenhum, de forma alguma” e outras manifestações similares.
Apesar do sentido da frase ser aceito sem contestação por um número incerto e não sabido de brasileiros, alguns técnicos e entendidos alegam que ela não é verdadeira porque a vaca tosse, sim senhor, embora isso raramente aconteça. Você, por exemplo, já testemunhou ou ouviu algum conhecido seu revelar que teve oportunidade de presenciar um acesso de tosse em qualquer fêmea da raça bovina? Provavelmente não, da mesma forma como acontece com seu vizinho da direita, da esquerda, da rua de cima ou da rua de baixo. Por isso, mesmo tendo sua autenticidade colocada sob suspeita pelos que se apresentam como conhecedores do assunto, a expressão continua sendo aproveitada por um incontável número de pessoas que a usam para manifestar sua total, completa e absoluta negativa quanto à aceitação de alguma coisa que não lhes cause agrado. Ou seja, elas permanecem acreditando que vaca tossindo é algo muito difícil, quase impossível de acontecer.