A quarta parte de uma das franquias mais lucrativas dos últimos tempos chega aos cinemas sem tentar arriscar muito. Volta o básicão dos dois primeiros filmes e fica de lado a megalomania (responsável pela maior parte dos buracos mais gritantes do roteiro) do terceiro.
Pra falar bem a verdade, é como se o roteiro do segundo filme, "Piratas do Caribe: o baú da morte", fosse enxugado, com a substituição de alguns personagens aqui e outros acolá e sem a necessidade de deixar pontas soltas para uma sequência. Com isso, Rob Marshall, do mediano “Nine”, cria um filme que é mais do mesmo, sem grandes surpresas ou pretenções. E, quer saber? Funciona direitinho.
Nessa nova aventura, Jack Sparrow, o festejado personagem de Johnny Depp, volta com uma nova obsessão: a Fonte da Juventude. Ele é envolvido, então, por Angélica, personagem de Penélope Cruz, uma sedutora mulher de seu passado, de modo que acaba como um serviçal no navio do grande Capitão Barba Negra, interpretado por Ian McShane. Em paralelo, Geoffrey Rush, de volta ao papel de Barbossa, também está na corrida para achar a tal Fonte.
Com as intenções de cada personagem definidas, começa a correria para chegar ao objetivo final. Tudo temperado com rituais bizarros e necessidades específicas para completar a missão (como o desafio de conseguir uma lágrima de uma sereia que deve estar em uma taça específica para que a água da fonte funcione).
O filme todo é fortemente ancorado na ambiguidade dos personagens. A ideia é nunca saber suas verdadeiras intenções. São todos piratas e “Verdade” é só uma palavra bonita. Todos manipulam todos e o resultado das trapaças, em geral, é bastante correria e luta de espadas. O que é divertidíssimo.
A Angelica, de Penelope Cruz é um contraponto/interesse romântico mais atrativo para o Sparrow de Depp do que a Elizabeth Swann de Kira Knightley, nos primeiros filmes. E o Barba Negra Ian McShane se mostra um desafio à altura do Davy Jones, de Bill Nighy. A perda maior está em Sam Caflin, que acrescenta muito menos à trama do que Orlando Bloom, no papel de um missionário temente a Deus, que deveria funcionar como antagonia moral à vilania dos piratas.
Para terminar, dois avisos: 1- o 3D do filme é bacana, mas não acrescenta muito. Se estiver apertado, pode ir no 2D sem medo. 2- Se a bexiga deixar, espere os créditos passarem para uma ceninha extra.
O TRAILER DESTE FILME JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NO CINE CIDADE.
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