segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Lançado novo CD de Amy

Reprodução



Faz umas poucas semanas que eu me deparei numa loja com uma biografia de Amy Winehouse, escrita por Chas Newkey-Burden. Já tinha lido péssimas resenhas sobre ela, mas acabei levando pra casa por causa do preço baixo. Não farei nenhum julgamento pois ainda não li nada que não fosse o seu epílogo. Eu explico: considerando a morte da cantora há alguns meses, abri direto nessa parte para saber até que ponto a narrativa de sua vida havia sido explorada e confirmar, numa curiosidade meio mórbida e patética, que as resoluções para seu futuro provavelmente foram contrariadas quase totalmente na real.


Então, de instigado, passei a sentir um grande pesar. Newkey-Burden havia enfileirado, a partir de depoimentos da própria, as ambições que tinha para sua vida. Amy contava sobre sua vontade de lançar mais alguns discos, para então entrar num período mais tranqüilo de sua vida, ter filhos e refletir. O autor também contava com declarações de pessoas próximas,  sobre o que elas imaginavam para o futuro de Winehouse – todos sempre otimistas sobre seus passos, crentes de que tudo melhoraria. Ou ao menos foi o que disseram pra ficar bonito no livro.
Esse mesmo pesar e amargura que eu senti é certamente o que irá embalar a maioria dos ouvintes quando escutarem “Lioness: Hidden Treasures”, disco póstumo de Amy que será lançado na próxima semana. Ele é do tipo que gera mais insatisfação do que deleite sonoro: não pela qualidade das canções, mas pelo que representa, ao carregar essas músicas que agora, quatro meses após sua morte, parecem mais promessas doloridas de uma carreira cortada cedo demais.
Não espere que o CD possua muito material inédito: em grande parte, ele é composto por faixas já conhecidas pelo público, uma ou outra releitura e versões demo de canções gravadas pela moça. Nada parece tão visceral quanto o que Amy trouxe em seus dois álbuns oficiais e no geral, o tom é aparentemente mais otimista. A faixa que o abre, “Our Day Will Come” (um cover de Ruby and The Romantics), mostra a cantora numa serenidade que comove, dissertando com segurança sobre como – ironicamente – tempos melhores estariam por vir, e já desarma o ouvinte logo de cara.

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