A mudança é válida a partir desta segunda (2): aqueles que
não se sentem representados pelas denominações feminina e masculina vão
encontrar uma série de possibilidades de gênero para se identificar em
seus perfis no Facebook.
Na versão brasileira da
categoria "gênero", onde antes existiam apenas as alternativas
"feminino" e "masculino", há agora 15 novas identidades, como por
exemplo Travesti,
Homem transexual, Mulher transexual, Trans homem, Trans mulher, Cross gender. Com o recurso, mais pessoas vão poder escolher o gênero com que se identificam. Quem não encontrar, pode ainda escolher a alternativa "personalizado" e digitar o gênero que a representa.
A opção "personalizado" é o caminho para
todas as novas alternativas. Assim que você começa a digitar o gênero de
sua escolha, aparecem as alternativas disponíveis. Para aquelas ainda
indisponíveis, a palavra tem de ser digitada completa e arquivada.
“A principal preocupação é que o usuário tenha
liberdade para se expressar de maneira absolutamente autêntica nessa
plataforma”, explica Bruno Magrani, diretor de relações institucionais
do Facebook.
“Gênero não é um dado da natureza, é uma construção”, diz Jean Wyllys. “Pode parecer algo banal aos olhos de uma pessoa de fora, mas é algo bastante significativo para uma pessoa transexual e sua família”, acrescenta.
Estados Unidos saíram na frente
O primeiro país a implantar essa mudança foram os Estados Unidos, no início de 2014. Inicialmente, o recurso consistia apenas na ampliação da lista de gêneros oferecidas. Recentemente, foi oferecida ao usuário a opção de escrever seu gênero, para aqueles que não se identificam com nenhuma das opções.
No Brasil, o recurso chega completo, com uma pré-lista de 17 opções, incluindo masculino e feminino, além da possibilidade de o usuário escrever seu gênero. O usuário pode tornar sua opção pública, visível somente a amigos ou a uma lista definida por ele. “A saída do armário é uma decisão de cada pessoa. Eu acho que o Facebook agiu com prudência”, diz Jean Wyllys.
Para elaborar a pré-lista, foram consultados Jean Wyllys, a professora Berenice Bento, que fez um trabalho de catalogação de como as pessoas se identificam, o escritor transexual João Nery e outras pessoas que o Facebook selecionou para participar dos debates, que tiveram início no final de 2014.
O recurso já está disponível em nove países: Reino Unido, Canadá, Austrália, França, Espanha, Itália, Alemanha, Dinamarca e Argentina. A quantidade de opções de gênero varia de acordo com o país e é definida após pesquisa junto aos usuários da rede social.
O
pronome pelo qual o usuário deseja ser tratado é público e serve para as
atualizações que o Facebook envia aos amigos do usuário. Por exemplo,
no aniversário da pessoa, a rede social pode enviar a seus amigos as
seguintes frases: “Deseje os parabéns a ela”, “Deseje os parabéns a ele”
ou “Deseje-lhe os parabéns” (neutro).
Além do Facebook, o Twitter tem trabalhado para conter
casos de violência entre gêneros e evitar discursos de ódio. “As
empresas privadas têm de adotar esse reconhecimento”, opina Jean Wyllys.
“
Vamos ser acusados de ideologia de gênero, de ‘gaysismo’, de ‘ditadura gay’. Então o Facebook se prepare, mas está no caminho certo (Jean Wyllys)
O deputado adverte que haverá resistência de pessoas
mais conservadoras que acreditam que existem apenas os gêneros feminino e
masculino e que as pessoas precisam se adaptar a isso. “Vamos ser
acusados de ideologia de gênero, de ‘gaysismo’, de ‘ditadura gay’. Então
o Facebook se prepare, mas está no caminho certo”.
http://igay.ig.com.br/2015-03-02/perfis-no-facebook-ganham-opcoes-de-genero-para-quem-nao-e-masculino-ou-feminino.html
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