São Paulo - A causa da morte do cantor Alexandre Magno Abrão, conhecido como Chorão, foi mesmo uma overdose de cocaína como seus fãs e familiares suspeitavam. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou a informação nesta quinta-feira. O líder da banda Charlie Brown Jr. foi encontrado morto no último dia 6 de março, em seu apartamento na Zona Oeste da capital paulista.
O laudo necroscópico de número 758/2013 vai ser anexado ao inquérito da Polícia Civil, que, após ser concluído, será encaminhado ao Fórum da Barra Funda para a apreciação do Ministério Público e da Justiça. Há a possibilidade do processo ser arquivado.
Rock com skate e palavrões
Amado por uns, odiado por outros, o fato é que o Charlie Brown Jr. entrou para a história do rock brasileiro no embalo de sucessos como ‘O Coro Vai Comê’ ou ‘Proibida Pra Mim’, fazendo a cabeça de uma garotada que se identificou, principalmente, com o estilo skatista-desbocado de seu vocalista e letrista.
A banda foi formada em Santos, em 1992, e deixou nove discos de estúdio, dois ao vivo e seis DVDs, além de ter faturado dois prêmios Grammy latino. O último lançamento, ‘Música Popular Caiçara’, de 2012, traz registros de apresentações em Santos e Curitiba e marcou a volta dos integrantes Marcão e Champignon, que haviam deixado o grupo em 2005 por desentendimentos, completando a formação com o guitarrista Thiago Castanho e o baterista Bruno Graveto. Chorão foi o único que nunca deixou a banda.
As atividades do vocalista não se limitaram à música. Apaixonado por skate, montou sua própria pista e chegou a ser vice-campeão paulista do esporte. Em 2007, escreveu o roteiro do filme ‘O Magnata’ e já tinha outro pronto, chamado ‘O Cobrador’, que não chegou a ser lançado. Chorão declarou que pretendia lançar um livro sobre a história de sua banda. Em 2009, criou sua própria grife de roupas, a DO.CE.
Chorão fez fama tanto por suas músicas quanto pelas polêmicas nas quais se envolveu. Até a liberação de seu corpo no Instituto Médico Legal foi marcada por uma briga, envolvendo Ricardo, seu irmão, e sua ex-mulher, a estilista Graziela Gonçalves, que trocaram xingamentos e empurrões.
Entre as confusões que protagonizou, a mais recente foi a bronca que deu em Champignon, baixista do Charlie Brown Jr., no final do ano passado em pleno palco durante um show em Apucarana, no Paraná. Ontem, Champignon declarou, depois de saber da morte do colega de banda, que “a gente brigou algumas vezes, mas felizmente a gente pôde refazer a nossa amizade”.
Também ganhou bastante espaço na mídia o soco que Chorão deu no músico Marcelo Camelo, em 2004, que quebrou o nariz do integrante do grupo Los Hermanos. O motivo da briga foi uma crítica de Camelo por Chorão ter sido garoto-propaganda da Coca-Cola.
“Foi uma confusão besta, não me orgulho e nunca mais protagonizei algo parecido. O Camelo também deve ter aprendido algo com isso. Gostaria de um dia perguntar a ele”, declarou Chorão a O DIA, completando que sua próxima polêmica, provavelmente, seria mais divertida. Ele planejava um disco solo misturando o rock com o samba. “Meu ouvido não estava pronto para o samba. Até que gravei com o Zeca Pagodinho e aprendi a dar valor. Ele é o cara mais rock ‘n’ roll que conheci”, elogiou o roqueiro.
Chorão se vai, mas fica sua música, de versos emblemáticos como os da canção ‘Não É Sério’: “Eu também senti a dor/E disso tudo eu fiz a rima/Agora tô por conta/Pode crer que eu tô no clima”.
Com informações do Portal O Dia
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