quinta-feira, 15 de maio de 2014

Vitória de cantora barbada em concurso expõe Europa dividida

 

A vitória da drag queen barbada austríaca Conchita Wurst no Festival da Canção Eurovision fez celebridades como a apresentadora Nigella Lawson e o humorista Russell Brand postarem selfies em que aparecem barbados, numa homenagem a vencedora. Num ação oposta, homens russos fizeram fotos se barbeando em protesto, postando os slogan “Se barbeie, não pareça com uma mulher”.

A vitória de Wurst, no último domingo (11), expôs uma divisão entre progressistas e conservadores na Europa, a ponto do tabloide britânico The Sun ironizar a questão com o trocadilho "Furred World War" (algo como “Guerra Mundial Barbuda”).


Para milhões de espectadores, o show anual do Eurovision é apenas concurso de música brega, que se fez famoso pelo seu estilo kitsch e pelo som electro. Mas a disputa musical entre os países da Europa é também uma mistura de patriotismo e política.

Morena escultural de voz crescente de diva e uma barba escura, Conchita ganhou o Eurovision representando uma vitória da tolerância e do respeito à diversidade sexual e de gênero.
O presidente austríaco Heinz Fischer exaltou o caráter pedagógico da conquista de Conchita na luta contra o preconceito, dizendo que o fato “não era apenas uma vitória da Áustria, mas da diversidade e da tolerância na Europa”. Mas o vice-primeiro-ministro russo Dmitry Rogozin viu a questão de uma maneira totalmente oposta. Durante a final do Eurovision, ele escreveu uma mensagem no Twitter dizendo que a verdadeira face da integração europeia era “uma mulher barbada”.
Do mesmo modo, a parlamentar governista russa Olga Batalina diz que a vitória de Conchita no Eurovision provou que a controversa lei da Rússia que pune a chamada ‘propaganda gay’ é necessária.

"Não é só preciso ter talento e uma boa voz para ganhar Eurovision, você também precisa rejeitar a sua natureza, identidade e tradições”, critica Batalina, que é do Comitê da Família e das Questões da Maternidade da Duma, a câmara baixa do parlamento da Rússia.
Todo esse falatório pode soar apenas como um excesso de retórica para um concurso de talentos, mas o Eurovision sempre foi mais do que isso.

 A votação que deu a vitória Conchita foi a terceira em tamanho se comparada às outras eleições na Europa. Dado que dá força a opinião de Jordan.

http://igay.ig.com.br/2014-05-15/vitoria-de-cantora-barbada-em-concurso-expoe-europa-dividida.html

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