terça-feira, 13 de agosto de 2013

Nanda Costa mostrou tudo mesmo ? VEJA AS FOTOS !!!

 

Nanda Costa pode não fazer a melhor Playboy de todos os tempos, mas que ela soube cacifar a venda da revista, isso ela soube. Fotos em Cuba no estilo Claudia Ohana já é coisa esperta, melhor ainda se anunciada antes. Platão definiu o homem como o “bípede sem penas”, ora, em um tempo em que a mulher está sendo tomada, naturalmente, como um bípede sem pelos, a ideia de uma Nanda Costa peludinha vem a calhar. Ao menos para as gerações de agora, trata-se de novidade. Vai vender!


Mas Nanda não ficou só nisso. Ela “politizou” a coisa. Inteligentemente jogou no twitter: “Não iria fazer bigodinho de Hitler na terra de Fidel”. A declaração é ótima, pois coloca a política ideológica no lugar dela: nas partes pudendas. Em que outro lugar poderíamos colocar a direita e a esquerda?

 Mas a imprensa acabou preferindo não falar em partes pudendas e, sim, em “partes íntimas”. Partes íntimas na Playboy? O que é intimo em “revista de mulher pelada”? Hitler e Fidel sempre gostaram de palanques. Hitler adorava aplausos, Fidel adorava falar – chegou a fazer discursos de mais de oito horas! Exposição máxima, o final absoluto do que é “íntimo”. Tudo que é íntimo, privado, restrito, não existe mais: eis o lema do que foi o comunismo e o nazismo. Daí a institucionalização da polícia política, ou seja, de uma polícia preocupada em saber se alguém ainda estaria fazendo coisas às escondidas, se alguém ainda ousaria usar do pensamento como algo íntimo.

 Não é a beleza da foto que nos faz gastar um bom dinheiro na Playboy da Nanda Costa. A beleza da foto se tornou o chão básico. O “plus” é dado pela curiosidade. Tanto é que a frase no twitter, tentando aguçar a curiosidade, pode e deve ser lida como uma boa jogada de marketing. Ora, mas isso ainda não responde nossa questão: afinal, quem de nós acha que vai encontrar algo que nunca viu ao checar as partes pudendas de Nanda Costa? Alguns já viram tanto isso que irão usar da brincadeira do trocadilho: Nada consta! Então, como funciona essa tal de curiosidade?

 A tática é fácil, ela tem de funcionar como se alguém pudesse dizer o seguinte: “está vendo como havia um segredo? Você esperava uma Nanda Costa raspadinha e eis que temos uma Nanda Costa peluda rearranjada em forma de decadência política. Não haverá, então, mais segredos, mais novidades?” Ora, não é assim que pode surgir a chance de se voltar a acreditar na verdade, ou seja, no que é verdade exatamente por estar escondido?

A frase da Nanda Costa politizou a coisa. O meu texto tende a mostrar que antes da política, o que interessa nisso tudo é a nossa satisfação metafísica. Precisamos satisfazer algo completamente extemporâneo, um sentimento que é como uma relíquia: a busca da verdade “por detrás dos fatos”. Popularmente, querendo ou não, somos ainda metafísicos. Metafísicos meio bárbaros, mas somos.

* Paulo Ghiraldelli Jr., 55, filósofo, escritor, cartunista e professor da UFRRJ

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2013-08-12/nanda-costa-mostrou-tudo-mesmo.html

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(SOMENTE PARA MAIORES)

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